Por que o outro te incomoda tanto?

Você já discutiu com outra pessoa sobre quem está certo? Claro que sim, né? Mas já parou para pensar por que fez isso?

O que tem de tão importante na opinião do outro que te incomoda e te faz perder tanto tempo tentando convence-lo de que a sua opinião é a correta?

A resposta está na dúvida!

Na dúvida que você mesmo tem da sua opinião, dos seus próprios valores.

Quando nascemos, entramos em contato com uma grande variedade de possibilidades e caminhos a serem seguidos. Mas qual caminho é o melhor? Ou ainda, qual caminho é o correto? Você irá encontrar uma resposta para esta questão de acordo com o modo que foi criado. Mas uma coisa eu posso te garantir: Esta resposta será incongruente.

Como assim incongruente?

Quer dizer que estas respostas que você obteve sofrerão ataques pelo resto da sua vida.

Se você aprendeu que o certo é comer com garfo e faca, que a sobremesa vem depois da refeição e que tais roupas são apropriadas para tal lugar, o que você pensa quando encontra alguém comendo feijão com açúcar, com a mão e de pijama na rua? E imagine só como você se sentiria se aprendesse que é errado comer chocolate, passasse a vida toda sem comê-lo, resistindo a esta tentação e um dia as pessoas começassem a comer chocolate nas ruas desenfreadamente. O que você faria? Você conseguiria deixar uma vida inteira de valores pra trás e comeria o chocolate? Não é fácil assim, né? É menos angustiante criticar este hábito de comer chocolate, não?

O outro incomoda

E pior, o que conseguimos ver na maioria das vezes é só o produto de teorias elaboradas que você já nem sabe de onde vieram, mas que para você são mais sólidas que aço.

Quando chegamos ao campo da religião, a batalha se agrava. Muitos morrem em guerras “salvadoras”, mas ninguém aceita a existência do outro deus. Existe um Deus, que está em todo lugar, mas não podem existir vários Deuses em vários lugares.

Não estou falando que um ou outro está certo. Estou falando que todos podem estar certos, errados, ou o mais difícil de lidar, parcialmente certos…

Enquanto o outro existir, haverá a angustiante dúvida.

Agora…

“Se eu provar que o outro está errado, estarei certo.”

Não é?

Gregório De Sordi

Psicólogo, CRP 01/16979, mestre e doutor em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília. Foi professor e coordenador do curso de psicologia da UNICEPLAC. É editor associado da revista "Psicologia: Teoria e Pesquisa" (Qualis A1). Tem experiência profissional na área de saúde mental, psicanálise, psicologia clínica e avaliação psicológica. Atende, com enfoque psicanalítico, adolescentes e adultos em consultório particular localizado em Brasília-DF e atendimentos virtuais. Telefone: (61) 999425123

8 Comentários

  1. Se você afirma que a resposta esta na duvida, você não possui duvidas que nos temos duvidas, não é uma respotas cartesiana ao tema, mas o texto mostra que voce é capaz de julgar se algo é correto.
    To em duvida se entendi corretamente?hahahahah

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  2. Sem sombra de dúvida é exatamente o que acontece. Como nós seres humanos às vezes somos idiotas em perder tempo com coisas que não chegam a lugar nenhum. Parabéns.

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    • Poisé. Até discutir faz parte de ser humano. Obrigado

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  3. É isso ai! Como o mundo não seria mais livre e menos discriminatório se as pessoas conseguissem aceitar que sua opinião não é a única verdade absoluta e que respeitar o outro é respeitar sua liberdade de expressão, de ação, de reflexão! Adorei, amor! =]

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    • Ai, Naiara Oliveira, o post que eu tinha te falado do blog do Greg De Sordi! =]

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    • Gostei muito, Ma! Tomara que o Greg De Sordi continue nos presenteando com boas reflexões! Estamos precisando de um pouco mais de bom conteúdo e novas possibilidades nos nossos mundinhos: o "virtual" e o "real"! Valeu, Nega! Bjinho

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